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  • Foto do escritorPatrícia e Rafaela

COLUNA LENTES REFLETIDAS #1: Figurino na Sétima Arte

Atualizado: 26 de mai. de 2020

A arte de fazer cinema não é tão simples, mas isso, todo mundo já sabe! Outra coisa que não é nada simples, é conseguir por meio de um filme ou conteúdo audiovisual contar uma história que desperte emoções, sejam elas, positivas ou negativas. Para esse feito acontecer, é preciso que cada peça do tabuleiro esteja impecavelmente em seu lugar. E uma dessas peças, é o figurino no cinema!


Assim como o cinema, o figurino faz parte do combo: coletivo, comunicação e subjetividade. As roupas e acessórios que vemos na tela, ajudam a compor e criar a narrativa em imagens, por meio do figurino percebemos cenário, época e personalidade. Além de também criar identificação entre espectador e personagem. Fundamental para aquilo que falamos acima, o despertar de emoções.

VOLTANDO NA HISTÓRIA


Vestir uma roupa envolve gestos, comportamentos, fantasias, tudo isso para a montagem de "personagens" sociais ou individuais. Temos então, uma aparência que se torna a imagem da identidade de nós mesmos! Por meio disso, já sabemos que o espectador ao ver um filme entra no lugar de poder interpretar.


A concepção de figurino que temos hoje surgiu a partir do Naturalismo e Realismo, buscava considerar aspectos psicológicos e condição social, pensando em teatro mas, naturalmente, conseguimos fazer um paralelo com cinema. No entanto, foi no século XX, com o surgimento do Expressionismo, que o figurino deixou de ser apenas um adorno representativo para então, também, trazer METÁFORAS!


VOLTANDO PARA O CINEMA


O figurino conseguiu e ainda consegue trazer peças marcantes que, no contexto, se tornam inesquecíveis. Um exemplo? Marilyn Monroe! É bem possível que neste momento você esteja visualizando a imagem do vestido voando. Ali, temos um pacote estético que funcionam e agregam! Se tratando do figurino, o vestido branco, conseguiu expressar o que deveria de acordo com a narrativa, personagem e tempo/espaço. Tá entendendo que não é/são apenas roupas?


E de exemplos como esse, temos vários: "Bonequinha de Luxo", "Memórias de uma Gueixa" e "Maria Antonieta" são alguns ícones de vestuário que vai de encontro com a narrativa!

Em 1948 a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, criou a categoria de Melhor Figurino no Oscar, destacando a importância do figurino no jogo de tabuleiro. São pesquisas, pesquisas e mais pesquisas para trazer à tela reinos, mundos e condados! Você pensou em época, não é mesmo? é comum ao falarmos de figurinos pensarmos em roupas de época ou lúdicas e "mirabolantes".


Um exemplo de produto audiovisual mais moderno em seu tempo/espaço que, por meio de pesquisas, souberam trazer um figurino agregador. "Breaking Bad", utilizou da teoria de cores para compor as roupas de todos os personagens, desde o primeiro episódio até o último!


São muitos os figurinos no conjunto da história que conseguiram passar a mensagem e impressionar. Em “Cisne Negro” as irmãs Rodarte souberam como trazer lágrimas e desespero em um figurino todo preto com penas, em “A Pele que Habito” Jean Paul Gaultier conseguiu trazer agonia em bege. Os sapatos decorados e milionários de Manolo Blahnik disseram muito sobre a personalidade egoísta e festeira de "Maria Antonieta". Em "La La Land" foi impossível não perceber a cadência de cores primárias que nos levavam em conjunto com os modelos de vestidos, diretamente para os anos 50, 60 e 70. Sem falar nos tecidos e cores lúdicas de "Alice no País das Maravilhas". Percebe?

O figurino fica dentro do guarda-chuva da Direção de Arte, afinal, ESTÉTICA é importantíssimo para expressar e compor. Não pense que estamos falando do milimetricamente combinado como nos filmes do diretor Wes Anderson, a estética vai além, o belo pode ser torto, ou ter vários vieses, ele só precisa conseguir dentro do tabuleiro, contar a história e despertar emoções.



Beijos, Patrícia L.

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